
Vincent van Gogh (1853-1890)
o autor artista mais famoso do mundo
Em 2010, o Museu Holandês de Literatura (Museum of Dutch Literature), reconheceu a importância literária das cartas de Van Gogh, colocando-o no rol dos 100 maiores autores da Holanda. Portanto, Van Gogh é quem melhor representa o que é ser um autor artista e por isso foi escolhido como representante oficial desse projeto.
Vincent Van Gogh, um dos mais consagrados pintores do mundo, também foi um grande escritor. A correspondência sobrevivente do artista surpreende pela quantidade, elegância, sinceridade e estilo. Van Gogh escreveu mais de 800 cartas e deixou sua marca impressa de duas maneiras complementares: nas telas que pintou, e nas histórias que contou.
O melhor biógrafo de Van Gogh é ele mesmo, e toda a análise posterior feita sobre suas cartas tornam-se menores quando comparadas às impressões vibrantes que o próprio pintor nos deixou a respeito de si mesmo, da sua vida e da sua arte.
Percebemos nas cartas de Van Gogh uma relação íntima entre a sua narrativa e as suas pinturas, pois Vincent esboçava suas telas nas cartas e as explicava em detalhes ao seu leitor, transmitindo sua visão subjetiva da vida e seus sentimentos de forma clara. As cartas são um registro histórico sobre as técnicas que utilizou na sua pintura, bem como o significado que cada uma das imagens que pintou tinha para ele.
Ele também usou as palavras para expressar sua visão de mundo, suas crenças, seus medos, amores e angústias. Nosso autor/artista discorreu sobre religião, arte, cultura, família, problemas amorosos, filosofia, dinheiro, literatura, viagens, natureza, saúde e loucura, temas abordados por todos os grandes escritores que conhecemos.
Por meio da arte visual e literária, Vincent Van Gogh interpretou o mundo à sua volta, comunicou-se com ele de forma direta e permitiu que sua voz chegasse em alto e bom som a todos nós. Pintando e escrevendo, o artista holandês desenvolveu de forma autodidata várias das habilidades que o mundo moderno exige de nós atualmente: tornou-se cada vez mais criativo, crítico, inovador, sensível à beleza estética do ambiente, aberto ao novo e grandioso no ofício que escolheu exercer.
Além do pensamento original que revelou tão belamente nas cartas, Vincent ainda nos deixou inúmeros comentários, análise crítica e impressões sobre os muitos livros que leu durante a vida. Van Gogh era um leitor voraz, e talvez por isso sua escrita seja tão especial. Sua narrativa poética tinha estilo próprio, marcante, e quanto mais lemos as suas cartas, mais podemos sonhar com o mundo em que ele viveu e cristalizou com as palavras e as cores.
Em 2015, a Europa celebrou o aniversário de 125 anos da sua morte. Houve programação especial nos países onde Van Gogh viveu: França, Holanda e Bélgica.

Autorretrato

O artista em seu caminho para o trabalho (Selfportrait on the Road to Tarascon)

Self-portrait with bandaged ear, 1889

Autorretrato
