
Amedeo Modigliani - Jeanne Hébuterne, 1918
Arte
Moderna

Campo de trigo com corvos, Vincent van Gogh, 1890.
Arte moderna
Arte moderna é o nome que se dá para toda produção artística que cobre o período entre o final do século 19 e a metade dos anos 70. A arte que se produziu após esse período, passou a ser chamada de pós-moderna ou contemporânea.
A arte moderna é representada por correntes distintas como cubismo, dadaísmo, surrealismo, expressionismo, fauvismo, futurismo, neoplasticismo, impressionismo, entre outros. Trata-se de um movimento de busca por novas formas de manifestação da criatividade que se sobreponha à arte clássica. A base de pensamento do movimento modernista era a experimentação de novas visões e expressões sobre o ser humano e a natureza de modo geral. A arte moderna gerou uma percepção ficcional sobre a realidade que não existia de forma tão explícita na arte clássica.
Até o final do século 19, a arte ainda era vista como uma representação perfeita da realidade seja na pintura ou na escultura. Os artistas buscavam aprimorar ao máximo os detalhes do corpo humano, das paisagens da natureza e, até mesmo, das divindades (nos casos da arte com teor religioso).
Com o advento da fotografia, os artistas passaram a não ver mais sentido em retratar a realidade com perfeição e literalidade, pois a fotografia fazia isso com a máxima precisão e eficiência. Então se iniciou uma nova forma de fazer arte, que era a da representação da realidade de forma distorcida ou puramente artística, sem vínculos com o elemento real.
A partir daqui iniciou-se o período modernista, onde os artistas viraram a arte de cabeça para baixo apresentando novas representações pictóricas daquilo que nos era familiar. Inicia-se a era do céu vermelho e do oceano laranja, ou seja, torna-se materialmente possível qualquer manifestação do ponto de vista pessoal e subjetivo por meio do trabalho artístico.
A representação exata da realidade deixa de ser a motivação principal dos artistas, e passa-se a dar valor às representações subjetivas, pois o que importa agora é a forma como o artista vê o mundo e não como ele de fato é.
Para conhecer mais a fundo os movimentos modernos, sugerimos a leitura da obra “Isso é arte? – 150 anos de arte moderna, do Impressionismo até hoje”, de Will Gompertz, publicado pela Editora Zahar, em 2012.

Garoto de colete vermelho
(Garçon au gilet rouge), 1888-90
Paul Cézanne
Documentário sobre a Semana de Arte Moderna do Brasil em 1922
Modernismo brasileiro
A Semana de Arte Moderna que aconteceu no Teatro Municipal de São Paulo, entre os dias 13 e 17 de fevereiro de 1922, foi um marco para o movimento artístico brasileiro que ainda se alimentava dos ideais estéticos europeus do século 19. O evento foi idealizado por Di Cavalcanti e organizado por jovens artistas insatisfeitos com o classicismo da arte nacional que ainda valorizava o conservadorismo acadêmico. A arte moderna chegou atrasada ao Brasil. Enquanto o modernismo brilhava na Europa com movimentos de vanguarda como o dadaísmo, o futurismo, o expressionismo, o surrealismo e o cubismo, o Brasil ainda resistia ao processo de revitalização do pensamento artístico.

Entre os artistas que lideraram o movimento no país estão os escritores Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Menotti Del Picchia, Plínio Salgado e Manuel Bandeira, os artistas plásticos Víctor Brecheret, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, e o compositor Heitor Villa-Lobos.
Essa revolução artística do movimento modernista deixou um legado imenso nas artes plásticas, na literatura, na arquitetura e na música brasileira. Havia uma urgência dos artistas brasileiros em encontrar sua identidade nacional, libertando-se da influência da arte estrangeira para criar algo novo e original que representasse a nossa cultura. Oswald de Andrade, em visita a Paris, descobriu que os artistas da vanguarda modernista europeia estavam valorizando a arte mais primitiva da África, da Indonésia e da Polinésia, o que o levou a valorizar o nosso primitivismo brasileiro. O artista brasileiro passa então a olhar mais para a sua realidade ao invés de copiar os modelos europeus de expressão. Nesse momento há um resgate e valorização da cultura indígena, dos nossos mitos, folclores e lendas, que passam a ser temas constantes na nossa arte nacional.
A Semana ocorreu num período de muita turbulência no cenário político, social, econômico e cultural do país, e não foi bem compreendida pelos intelectuais da época.
A Semana de Arte Moderna se encaixa no contexto da República Velha (1889-1930), controlada pelas oligarquias cafeeiras - as famílias quatrocentonas - e pela política do café com leite (1898-1930). O capitalismo crescia no Brasil, consolidando a república e a elite paulista, esta totalmente influenciada pelos padrões estéticos europeus mais tradicionais[1]. Por essa razão, houve uma atitude de rejeição aos novos ideais artísticos propostos pelo grupo modernista do Brasil.
[1] Trecho retirado da Wikipédia . Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Semana_de_Arte_Moderna